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domingo, 4 de setembro de 2011

Praga...mente!








Não há fantasma que resista a um passeio de segway por Praga, num entardecer de Verão.
Segway não é bicicleta, nem mota, nem andar a pé.
É tudo isso e não é nada disso.
E o entardecer de Verão é mágico! Sobre o rio Moldova – que por punição histórica corre para os lados da Alemanha – desfilando diante dos palácios de Mala Strana, sobrevoando a larga calçada polida do bairro aristocrata, Imagine com Lennon no mural, triunfal e motorizada subida ao Castelo…
E o crepúsculo desce sobre a cidade. E as histórias do brasileiro R dão eco às façanhas de um povo que não é o dele.
A embalada descida pelas verdes colinas da cidade, despejou-nos no monumento às vítimas do comunismo, tão ideológico quanto de interpretação naif – afinal deixaram esse fantasma na rua, mas apagaram-lhe a luz.
E o fogo-de-artifício caiu na ponte, nas festas de verão na ilha, um rock muito activo que nos ajudava a interpretar – agora na cidade nova – o cubismo de Picasso na versão checa.
Arte Nova na cidade nova e o segway desfilava diante a tela de cinema que é a História da Europa Central, sem ordem nem cronologia definidas: Mozart e Beethoven, Karel IV e os judeus na cidade, setecentos anos de perseguições, os Habsburgos e a Primeira República – trezentos anos depois a língua checa outra vez –
Despedimo-nos noite dentro com Kafka na praça da cidade velha. A estrela pop checa agitava a praça, o relógio astrológico, os turistas e os checos que ainda não se conformaram com os Habsburgos terem construído uma casa diante da sua catedral.
Sublima visão de uma cidade rica em diversidade, tão bem guardada e preservada pela frieza e desconfortante arrogância destes checos!

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