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domingo, 28 de agosto de 2011

Alternativa BERLIN


Berlim não é mais MAUER.
Alternativa BERLIN na tarde e noite de 27 de Agosto, significa Lange Nacht Museem.



Não há limites para a expressão de uma cidade que se arrisca a absorver nos seus genes todas as expressões do mundo.



Não há uma cultura de Berlim, há uma infinidade de conceitos experimentais de influências insuspeitas, em Berlim



Ontem à noite a descoberta de novos sons, imagens e expressões de arte moderna, não se diluía na chuva persistente, no vento encapelado do Norte.




Até os Anti-Cristos que povoavam os museus da cidade – longos e barbudos peças de uma outra arte, provavelmente os tontos da reunificação – fingindo ser guardas da arte agora imortal, se pareciam com esta fúria experimental que varre a cidade.



Só a tecnologia ousa provocar a arte alternativa: encomenda o jantar em ecrã táctil e Unter den Linden verga-se diante da ilha dos museus, da catedral e do museu DDR.
Já não há preconceitos…porque não são experimentais!



Uma da manhã no enlameado Kulturfórum e presenciamos o cenário aterrador de cinco mil criaturas com milhões de anos de idade procurando em desespero sincronizar-se em coro num indecifrável hino, provavelmente à pátria alemã.
Sem sucesso, e até os amadores bailarinos de tango que procuravam deslizar no salão do fórum se salientavam como verdadeiros e alternativos artistas do experimental.
Vivemos num país a sério, isto á Alemanha – terá alguém reafirmado, após este inesperado insucesso.
Latinos riram-se…também!
Alternativa BERLIN na madrugada da longa noite!


















quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Berlin Mauer - 13 de Agosto 1961


50 anos depois, uma lembrança marcante com 26 anos...parece uma vida!
Não tenho a certeza de ter sido um privilégio, mas foi uma experiência de vida!
Felizmente já podemos festejar o que os miúdos não fazem ideia do que foi.



Agosto 1985

Por mais que se pretenda esquecer, Berlim é o fogo cruzado sobre a sensibilidade de quem detesta sentir-se preso ao transitório, apenas mais uma face do definitivo, temperado de esporádicos complexos de culpa.
Mas, junto àquele gélido muro, a inspiração esvai-se por entre complicados projectos de fuga que se enlaçam nos arames farpados, apenas disfarçados pela arte subterrânea, sinistro doping de sentimentos sem horizonte.
Ali tudo perde a racionalidade suprema do bom europeu intimamente marginal; o inexplicável estende-se pelos longos baldios sem sentido, que se esforçam por alargar os horizontes por cima do muro, de onde o romance desapareceu há muito e apenas as imagens soltas dos postais a preto e branco nos fazem sentir as trovoadas de esperança, sobretudo de desespero e frustração!
E naquela tarde de Agosto, a trovoada e a chuva foram as únicas manifestações possíveis de semelhança entre os dois mundos, separados por alguns metros, suficientes para impedir a reconstrução de ruas bloqueadas a meio, cujas linhas de eléctrico comprovam que Berlim já foi Berlim.
Por isso parto e fujo atrás da minha terra, do meu mundo, porque aqui os baldios são tudo o que resta da vontade de acreditar num mundo livre. E nem as violas solitárias à beira do tráfego intenso, musicas das quais apenas ficou a melodia, me fazem esquecer a indiferença mal simulada dos rostos que me rodeiam, sobretudo porque aquela cruz, submersa por muitas outras, me garantia que mais um homem sem rosto ali morrera em Dezembro.
Aqui, todos já deixaram de se sentir ameaçados, de tão ameaçados que estão; é decididamente o princípio do fim de um sonho, inundado de palavras e actos bem aceites, como o ser revolucionário na Europa é incrivelmente vulgar, e cultivar a solidariedade apenas um mito nas mentes de uma terceira vaga esclarecida, confortável entre muros baldios ou apenas numa cabana refúgio montanhoso do Bom Selvagem.
Como diria o poeta, a liberdade não se inventa, descobre-se!

sábado, 6 de agosto de 2011

Dubrovnik – A beleza Adriática



Hoje em Dubrovnik regressamos ao Ocidente e às memórias de batalhas intestinas entre povos artificialmente criados por guerras tipicamente ocidentais.
Foi em 1991 que os sérvios bombardearam o património da Humanidade.
Em 6 de Dezembro, dia do padroeiro da cidade. Significativo!
Hoje nada relembra a destruição. Excepto as cicatrizes visíveis no tom das vozes e nas expressões deles.
E as imagens!
Croácia, meio-dia espraiado no Adriático Ocidental.
Não, Oriental é que não! República Veneziana, independente na Renascença, noventa por cento católicos.
Na proa do Costa Atlântida, a cidade, a fortaleza, república e cidade mártir, património da Humanidade emergiram solenemente do nevoeiro matinal.
Dubrovnik, antes da Croácia.
Fica no ar a ideia que se trata (eles pensam que) da origem da Croácia, a última fronteira Sul, junto a Montenegro (disso não restam dúvidas, para já)
Ficámos sem entender se o ódio sobreviveu a vinte anos de uma nova geopolítica, recuperada através de uma guerra fratricida.
Ou é apenas uma forma de auto convencimento da sua curta independência (recente) “o impossível manter junto o que nasceu separado”, porque vinte anos de separação é um nada histórico e setenta anos é uma referência histórica de união pobre!
Deve haver uma qualquer razão profunda, baseada nas entranhas do seu percurso, que nos permita efectuar um prognóstico mais do que reservado do futuro dos Balcãs.
Tem de haver um padrão qualquer! Tem de haver.