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quarta-feira, 17 de maio de 2017

Secessão






“A nudez é sempre crua”.


Como o mito, a mulher fatal, a feminilidade agressiva, o mundo das sereias, as ruivas, o refinamento sensível e a morbidez das figuras.
Gustav Klimt viveu numa Viena de cenários intensos e novas ideias, fim de século e fim de ciclo, naquele preciso momento em que a vida e as coisas se evaporaram dos palácios da dinastia e saltaram para a rua.

“ O artista traz uma nova perceção do espírito humano, um estilo pictórico e decorativo que vai influenciar o art nouveau. As suas obras são caraterizadas pelo simbolismo e dialogam com a arte japonesa e africana, tendo resultado numa pintura peculiar e muito própria.”

Este é o retrato do artista e a antecipação de uma era nova, em que os secessionistas foram o combustível do colapso do velho mundo e de uma nova sensibilidade para o nascer da nova cultura europeia.
E Klimt, e Schiele escolheram o nu frontal, o olhar evocativo das mulheres como figuras centrais, a sedução e o prazer, como os símbolos de um futuro promissor.
“ Nós sabemos que o tempo de liberdade iminente, vai criar um enorme conflito entre as tendências materialísticas da nossa civilização e as reminiscências da cultura nobre que esta cultura mercantil ainda não assimilou.”
Falar de Viena e omitir Klimt e Schiele é admitir que a cidade ficou presa ao século XIX e é manter o estado de negação de que a Áustria se transformou numa república.
Morreram em 1918, ano em que a guerra acabou e em que o império colapsou, como que o seu único objetivo fosse mudar a história e depois deixar o futuro invadir o palco sem intrusos nem memórias da transição do passado.

O mestre e o jovem génio que adorava trocar desenhos com ele.












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