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domingo, 12 de fevereiro de 2017

A Guerra Santa


No silêncio dos claustros, ou na escuridão dos longos corredores que prolongam a solidão das celas, não há sinais dos Templários.
Diluíram-se em sete séculos de construção, na habilidade negocial dos lusitanos em subverter as ordens vindas do exterior, em proveito próprio, e nos desígnios da História de Portugal.



Sim, os Templários foram extintos, palavra adequada para descrever uma ação premeditada de quem construiu fronteiras na sua sombra.
Aparentemente porque perderam a batalha de Jerusalém, contra os muçulmanos.
(ou porque o seu poder ameaçava os reinos medievais)
(ou porque há sempre um momento na História que os heróis de sangue, se tornam incómodos)
(ou porque o Rei de França não pretendia pagar os avultados empréstimos que contraira junto da Ordem)
Filipe IV é o nome do exterminador e o desconforto provinha dos rituais secretos da Ordem.
(secretos, portanto desconhecidos)
1312 foi a data do fim decretado dos Templários, destinados a morrer nas fogueiras do Cristianismo.
(ironia, dos que sobreviveram ao limite oriental das Cruzadas)
Em Portugal, o Rei D Dinis, argumentou perante o Papa, evocou interesses nacionais pela vizinhança do Reino Andaluz, mudou-lhes os mantos e criou, sob o manto de Cristo, um exército religioso, tão precioso se revelou na expansão do novo império.
(perspetivas)


Mas no interior da Charola, construída segundo o modelo do Santo Sepulcro de Jerusalém, revivemos, debaixo do eco da sua cúpula, as angústias da Guerra Santa e, agora, da cidade dividida, um dos limites orientais da Guerra Santa, dez séculos depois da primeira conquista sangrenta dos Templários.
(ou ocidental, conforme a perspetiva)
Mas no interior da Charola também se sente a fé, enquanto ato de introspeção e refúgio.
(consegue ser libertador)
Mas o Homem é incapaz de sentir para si próprio porque é, afinal de contas, uma espécie social e intrusiva.
Daí o sangue permanentemente derramado na disputa do mesmo Deus.
Lições de (a) História, numa (com uma)  perspetiva contemporânea.
No Convento de Cristo, enredado nos claustros labirínticos de uma obra com sete séculos de evolução.



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