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domingo, 11 de junho de 2017

Timeless


Ele julgava-se capaz de intervir no passado, indiferente ao perigo de encontrar dimensões não conciliáveis, no seu regresso ao presente
Escrutinou cautelosamente todos os momentos determinantes do seu próprio passado e concluiu que jamais seria capaz de evitar revoluções ou deter as mudanças climáticas.
Mas deixou-se tentar pela ideia de que os espelhos podem ser janelas para o realismo fantástico, abrindo-as uma a uma, escolhendo os pedaços marcantes e reunindo-os sob um formato de presente melhorado.
Como se fosse possível isolar os momentos marcantes das consequências dos genes, da aprendizagem, e das próprias consequências de interferir com os momentos singulares do seu passado.
Quantos espelhos, teria ele de abrir, para construir um presente diferente?
E de fechar?
Lembrou-se então da capacidade limitada que a vida dispõe para interferir com um fio condutor, sem cair em dimensões impossíveis.
Pensando melhor, a visão de um espelho retrovisor de uma tarde de rotinas, é apenas uma réplica invertida de um quase presente.

Intrigantes as mentes humanas, quando submersas na indolência.














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