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segunda-feira, 26 de junho de 2017

O Santo das multidões


Por aqui ninguém se importa qual é a verdadeira ordem do João, o santo das pessoas, desde que seja o maior, o mais pujante, o mais intrometido e que a malta não proteste com os martelos na cabeça e mais um empurrão rua acima.




É o primeiro e o último, é um santo protetor porque beatifica a loucura coletiva, purifica os vapores do álcool, perdoa a ousadia de um povo que a única coisa que se lembra é que hoje é dia de sair à rua




Todos os 23, uma noite em que a multidão acorda a santíssima trindade, a lança ao ar,a atira ao rio e ainda a transforma num bode expiatório para a força do martelo, da tradição e da imponência dos machos.




É a noite em que não há paisagem porque as gentes ocupam espaço e se intrometem no nosso (e no deles) espaço natural, porque é preciso é seguir em frente




Porque para a frente é que é destino, mesmo quando os sinais translúcidos se atravessam ao caminho




Junho é a noite em que pagão ilumina o caminho dos devotos e em que a religião é um pretexto para exorcizar os demónios de todo o ano




Salvo o devido respeito...




...e um copo de cerveja na mão!

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