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domingo, 12 de março de 2017

Tempo depois do tempo (exposição)

Alfredo Cunha, fotografias 1970 - 2017


"A superfície da História é a política, os poderes, pequenas e grandes decisões, as guerras, os desastres e os conflitos"


" ...Torna-se claro que as afirmações populares, os signos dos partidos, o discurso palpável das multidões, salientando-se nas paredes violadas, começa a substituir o silêncio da presença obrigatória, as procissões, as feiras de gado, as touradas e os dramas coletivos..."


" ... As imagens mostram a luta evidente entre o velho e o novo, a transição difícil, a mudança insegura ganha palmo a palmo..."


"...O olhar é outro, profundamente simbólico, mas perdeu o mito do modelo; são fotografias abertas à percepção do observador..."


" ...Ensaios de desfocagem sublinham a indeterminação de um período onde a verdade das coisas e dos homens se definem pela argumentação e o consenso temporário " - Maria do Carmo Serén na folha de sala

...

Nos limites da Cordoaria, fiquei preso na última imagem e perdi a cor no meu olhar.
Afinal de contas o preto e branco é a perspetiva que melhor capta a desfocagem e a indeterminação.
Primeiro, e obstinadamente contra a luz do Sol que realça as sombras e os símbolos de uma modernidade obsessiva pelo arrojo e pelo lazer...





...e depois, com o Sol vencido pelas nuvens carregadas de ventos vindos do Ocidente, procurando compor, peça por peça, os pedaços de sombra que antecipam o regresso à outra margem, uma espécie de ponte entre o tempo e o depois do tempo



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