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quarta-feira, 25 de maio de 2016

Não há regimes perfeitos - parte 3 (e última)


E o tempo continua instável mas, junto ao mar, os putos não resistem à espera e lançam-se no nevoeiro, na água fria e na areia esbatida.
Afinal de contas, para além da alternância, parece coexistir uma terceira via; lançares-te ao mar e esperar que o Sol ilumine o teu regresso.
A tarde ventosa de Sábado é premonitória. De facto não há regimes perfeitos, mas há sempre uma terceira via que é melhor que as outras duas.
(Esquecimento e extremismo)
(Anarquia ou trabalho)
(Silêncio ou miséria)
Os putos
que fotografavam os gatos de areia,
que empurravam as redes de pesca com o objetivo de aproveitar o melhor spot de mergulho, que corriam para o mar como se ele não esperasse por eles,




Esses esperam que não sobre apenas a alternância dos velhos confortáveis ou dos loucos visionários.
Quando correm para a água, esperam que a maré lhes traga o melhor que os outros mundos nos poderão dar sem que as ondas do regresso tragam apenas o que de pior elas nos garantem.
É essa alternância que eles vão querer.
Presente e futuro.
O nosso presente e o presente deles.
(partilha ou egoísmo)
(memória ou esquecimento)
(cidadania ou ideologia)
Já é tarde, porque o avião vai partir outra vez
Habituamo-nos com facilidade à terceira via
Esperando que tragas o melhor dos outros mundos para o melhor do nosso

Porque afinal de contas, tal como os putos que correm para o mar, numa tarde de nevoeiro, eu acredito que há regimes quase perfeitos.


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