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domingo, 4 de março de 2012

Chuva na cidade


Hoje finalmente choveu na cidade. As luzes distantes da margem sul não param de lacrimejar ao fim da tarde porque a ministra dançou a dança da chuva e as estradas revelam-se espelhos nocturnos que despistam as bruxas más e atraem as belas adormecidas do asfalto.
Chuva é notícia porque os telhados de zinco ainda não tinham zumbido a nossa vida este ano!
No fim de semana em que no Estado gelado e cossaco, nasceu um novo czar, a chuva é a única verdadeira surpresa que merece referência no burgo lusitano.
Amanhã as nuvens têm um significado fértil, muito positivo num país de natalidade incapaz, em que os fogos e a seca nos incomodam neste Inverno quase insensato.
Amanhã as nuvens não são presságio de um futuro negro, e revelam uma meteorologia que quase havámos esquecido.
Choveu na cidade e o trânsito entupiu as canalizações, mas ninguém reclamou porque a ministra finalmente acertou.
E o czar nasceu, tão previsivel como a chuva ácida nas estepes da alta Sibéria.
A nossa morna chuva é reflexo dos nossos pobres e brandos costumes, mas é nossa e plural, sem mistérios e uma benção dos nossos céus predominantemente estrelados!  
Nuvens amigas, despejem água e alarguem a superficie frontal que nos protega dos ventos de leste porque as monções do Oriente, essas já se instalaram.
(O mundo tem esta tendência cómica de inverter permanentemente os papéis dos seus protagonistas)
Tal como a meteorogia!
Hoje finalmente choveu na cidade e os pelintras agradecem!


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