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sábado, 30 de janeiro de 2010

S.Telmo – O paraíso dos estereótipos



No Domingo, a Calle Defensa e a Plaza Dorrego esbanjam música, arte e tango.
Arte que evoca os símbolos da latina América, explora-os como seus, mas não se condiciona!
Gardel, Evita e Che Guevara, (e a espaços Borges) sem carga ideológica, apenas uma expressão de tolerância, de espírito mundano, cidadãos de uma intelectualidade refinada.


Provavelmente um quadrado estético de referência que, no seu interior, abarca toda a imaginação de um povo
E as ruas caiadas de murais, pintura em estado caótico…proliferam sem o temor dos grafittis.
Mural, não graffittis…essa é a afirmação da identidade argentina.


Argentina saudosista?
Nos ícones, símbolos (ideologia? Folclore?) de Buenos Aires, não há uma fronteira evidente entre o passado (tudo provém de…) e o presente (uma consequência preservada de…); daí a ausência de um saudosismo doentio, afogado de oportunidades perdidas e de heróis petrificados.
Esta é a diferença Argentina!
A ideia de beleza impura que conjuga com…. Tango de rua! É a síntese musical entre o amor e a paixão, por definição.
No presente cultivam uma decadência controlada - não demasiada para não parecer nostalgia e passado, a suficiente para não defraudar as memórias e afirmar o ADN das gerações presentes –
É preciso não esquecer que na origem, impresso no certificado de autenticidade, eram reuniões bárbaras e grosseiras…onde se executam movimentos indecentes e obscenos.
Beleza impura!
Sensualidade e paixão latina!
Será a ténue fronteira?
Aqui, a boémia é uma marca registada que se preserva, se alimenta e se exibe e não há preocupações absurdas com o purismo, porque todos preferem a diversidade.
Os seres habitantes desta gigante feira de tudo, mas sobretudo arte no sentido mais lato, -expressão plástica de múltiplos estilos, referências culturais, mestres e tutores – expõem aos forasteiros, mas também a eles próprios, os despojos da teoria de evolução de Darwin, as peças da história quotidiana dos seres comuns e extraordinários, que sobreviveram ao tempo…
Feira da ladra?
A diversidade também exibe design, bom gosto, pátios dos tempos da fundação da cidade, recuperados das cinzas – trazendo a história para o presente – cafés evocando os sentidos mais preciosos da espécie humana –.
Souvenirs, uma autenticidade da era presente, postais antigos, e muita arte.
Nunca esquecendo o quadrado estético de referência!
Na praça Dorrego, dança-se tango em cima da mesa e canta-se milongas sob o Sol abrasador!





Tão passado, tão naturalmente presente!
S.Telmo, no seu esplendor, numa cidade que não se deixa facilmente imitar.
Continuamos à procura de referências, outros lugares, outros povos…e ao fim do dia, ainda não tínhamos encontrado porque, mesmo numa visão minimalista, o povo fazia, sempre, toda a diferença!

1 comentário:

  1. Não há duvida que as féria aguçam a sensibilidade e a poesia...
    Agora chamar a atenção dos pobres colegas trabalhadores para o blog... só prova que quem vê caras não vê colegas de férias a fazer os outros morrer de inveja.
    Para lhe pagar devidamente, vou passar a pôr relatórios diários das reuniões com a Deloitte e com o chefe aqui no seu blog...só para não se esquecer da realidade.
    Abraço/Boa continuação!
    MM

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