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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Memórias de um Domingo à tarde



As memórias vivem afinal à flor da pele, seguindo os passos da escola, as ruas que procuram sobreviver à desertificação absoluta do velho burgo que vivia outrora rodeada de verde e planície e hoje deambula solitária entre edifícios que preservam estoicamente as história da aldeia, agora cidade, cercada de construções que levaram as pessoas e afundaram a planície entre viadutos e urbanizações interrompidas pelo colapso do El Dorado.
As escolas são o elo que mantém a memória de pé, privada dos eucaliptos, é certo, e do espaço circundante, aquela imensidão de terra batida que unia as pontas do rio aos pontos cardinais mas, num fim de tarde de Domingo, ligam o vale abrasador ao parque pulmão, verde e sombra no centro da aldeia velha, que permanece, caminhos, bancos de jardim, roseirais, absolutamente imutável!
E nesta persistência, o velho parque é o único, mas enorme, resistente à desertificação do lugar, como uma selva que destrói todas as tentativas de a domar.
Humana também, porque aqui, nós voltamos a sentir gente no vale!
E ao rio, vento e planície, o único local para onde a aldeia não cresceu.
Até que o rio me transbordou para a outra margem.



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