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terça-feira, 4 de abril de 2017

Faraó - o insustentável peso do vazio


O faraó era um adolescente apenas, e não ficaria na História, se o seu sarcófago não tivesse sido descoberto.
Impressiona a ideia dos Reis criança, a quem lhes era atribuída a proximidade dos Deuses.
Imaginamos um reino governado por crianças em absoluta paridade com os seus iguais adultos.
O culto do faraó.
Mas Tutancamon não é a história de um homem adolescente, um faraó precoce ou de uma vida breve.
É um culto de preparação para a jornada da vida após a morte para assegurar a sua viagem até junto dos deuses.
Para garantir que a vida não acabaria, que o Sol não deixava de nascer e de se pôr e que os mortais sobreviveriam por influência do faraó nas forças do além.
Mais importante que a própria vida era assim a sua morte.
Um sacrifício necessário
A preparação do corpo e a construção do sarcófago, como de se uma cápsula se tratasse, assegura que a crença dos caminhos para o outro mundo nasce da resistência e do fulgor com que se encara os confins do centro da terra, uma massa finita mas inexpugnável que se confunde na mente humana com o infinito do céu e das estrelas.
Um mundo infantil de dourados e da riqueza das profundezas da terra.
Uma forma pueril de festejar a perenidade da vida.
Afinal, uma forma reconfortante de simplificar o inexplicável, num mundo em que a felicidade não se mede de interrogações.
E é o detalhe do ritual, dos símbolos, das crenças e do ouro que sossegam as multidões.


























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