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sábado, 3 de novembro de 2012

Ollantaytambo, o templo do Sol


Aqui, envolvido pelos terraços de Moray, circulo perfeito de terraços agrícolas, laboratório agronómico inventor de espécies, percursores da batata e da agricultura biológica…
Aqui, sobre a encosta de Maras, onde os pacientes incas esperaram que o sal brotasse das entranhas da montanha e o tratavam como o sal de mar (as) …
Aqui, debruçado sobre o rio sagrado, enquanto o divino sol se despede do vale, por detrás do ocidente, para lá de Machu Picchu…

Aqui, na encosta do templo sagrado de Ollantaytambo, onde me imagino sentado no trono do inca a venerar o sol que nasce na montanha a leste, e o Deus de todos os deuses esculpido na pedra…
Aqui, na varanda do quarto do hotel rio sagrado, embalado pela música da corrente do rio, pelos pássaros que enfeitam os mantos de escuridão que nos invade, e pelo eco do apito do comboio que regressa de Machu Picchu a Cusco…
Aqui, converto-me sem condições ao ciclo da religião inca:
Uiracochan – imagem do criador do céu e da terra
O Sol e a Lua
A manhã e a tarde
O verão e o inverno
O raio e as nuvens
A chuva e o granizo
A terra e o mar
O rio e as árvores
O puma
O homem e a mulher
Deus de todas as coisas
A alimentação do povo
….
Com algumas pequenas imprecisões de teor andino!
Cientistas e agrónomos, arquitetos e sacerdotes cheios de penas coloridas, observadores e planeadores sem referências de civilizações vizinhas, um povo normalmente obediente, de tanto agradarem aos elementos sagrados da natureza se esqueceram que nem todos os estranhos barbudos que não tomavam banho todos os dias, eram deuses enviados à terra…
E tramaram-se!
Mas foi uma pena.

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