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segunda-feira, 18 de junho de 2012

Lviv Express I – 24 horas nas bordas do Império Cirílico


A troupe do futebol chegou, hordas de hunos multiculturais invadiram a cidade, as cidades e, sem pudor nem desconforto, pairam uns minutos sobre o modo de vida de um povo e exasperam-se pela completa inabilidade de comunicarem com as línguas ocidentais.
O cirílico é uma barreira monumental que a pressa da prole não permite transpor
Lviv era, até há quinze dias atrás, um obscuro ponto no mapa, para lá da fronteira dos confins da Polónia.
Apesar de ser património cultural da UNESCO, e da multiculturalidade dominante na arquitetura intocável por guerras que apenas a cercaram, mais de cem igrejas, uma predominância católica dentro das fronteiras ortodoxas do continente, um passado muito polaco – ora Lvov, ora Lviv – uma muito presente herança austro-húngara no centro da cidade, mais um daqueles locais que já foi centro da civilização europeia
A multiplicidade de heranças, de potências ocupantes, de esperanças nacionalistas, de impérios destroçados.
Para o bem e para o mal!
Mesmo assim, completamente obscuro.
Também é verdade que a História do século vinte, varreu alguma dessa diversidade das ruas da cidade.
E talvez tenha trocado diversidade por uma identidade – muito multicultural pode ser confundido por falta de personalidade.
Assim pensavam os sovietes, e hoje isso vê-se em Lviv.
Mesmo assim…
As hordas de seres bizarros planam sobre esta descoberta de forma tão alienígena que são os locais que fotografam os turistas de forma frenética, nas ombreiras das portas, velhinhas que sorriem de tonteira, da delas e dos outros (nós)!
É o único sítio do mundo em que nós, alienígenas, somos tratados como tal.
Pura curiosidade ou reminiscência dos ficheiros secretos?
Eles sabem que somos pássaros andantes, não é assim que se penetra na alma e no corpo ucraniano(a).
Eles sabem que não chega para que os estrangeiros possam dizer algo coerente
Mesmo assim… o obscurantismo desvaneceu-se um pouco (Como será depois da troupe partir, para além do aeroporto novo e das estradas esburacadas?)
Afinal de contas viemos só ver a bola!
Mesmo assim…ficámos curiosos.

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