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segunda-feira, 4 de junho de 2012

Extratos (de conta) do Junho precoce - dicotomia parte II


O calor de Junho embrulha-nos numa vaga de agitação positiva, criatividade e vontade de afirmação de uma identidade própria
O Euro 2012 e a carta do puto que quer ser médico ou biólogo mas só fica em Portugal se valer a pena.
Publicidade de bom gosto, que nos comove até pelo menos à décima vez que a ouvimos.
Os elogios á Capital entendem-se nas noites longas e sinuosas das colinas históricas de Lisboa, uma onda de música ao vivo, esplanadas que se atropelam de faunas glocais, entre a caipira e a sardinha assada, os sumos de fruta e os charros de fumo e álcool.
O arraial acelera até às quatro da manhã, cais do Sodré abraçado ao rio e ninguém esmorece (perde a excitação) nos murais explícitos dos novos bares da antiga má fama, agora liberdade de expressão.
A manhã à beira do rio não adormece de indolência por mais do que breves instantes, as garrafas que rolam nas bermas das ruas não chegam a partir, porque os atletas de uma corrida qualquer já rolam nas alamedas do azul, céu e rio e os putos trepam pelos insufláveis do verde dos jardins...
Os elogios da cidade prolongam-se pelos autocarros pejados de turistas de uma Europa ainda radiante
À tarde, pela noite dentro, milhares deliram e deambulam pelos relvados da música, e lançam-se nos prazeres do arraial, das borlas dos sponsors, das barracas de comes, cadeirões insufláveis, preservativos, turismo do brasil, rua do rock e um palco a jorrar rock para cada ouvido.
É a geração rock in rio
A cidade do rock, da mística, dos eventos e da vida boémia
Em Junho a cidade transforma-se em cascatas de otimismo
O que pode a mudança de calendário fazer pela nossa moral!
A cidade do rock e do rio
No Sábado à tarde, a moral vacila
Ficamos a saber que a via láctea não é eterna e está em rota de colisão coma andrómeda.
Daqui a dois mil milhões de anos, é verdade.
Mas a sensação de eternidade desapareceu.
Para quem acredita na reincarnação é um facto importante.
Desconfortável, sermos assim confrontados pela ciência com o efémero.
E a manhã de sol transformou-se numa tarde de inverno e neblina chuvosa.
E a seleção perdeu!
Valha-nos a onda de camaleão que nos trespassa sempre que o calendário avança!

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