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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Svenska - Day 3


Da atmosfera exalava tons de azul entre a neve branca e o manto de noite que invadia a cidade.


Neste entardecer em Uppsala é o branco de filtros azulados que preenche as minhas recordações, agora tardias e distantes, uma cidade que ostenta um imponente castelo, que aponta os seus garbosos e (agora) inúteis canhões de chumbo à vizinha igreja Anglicana - uma divergência de protagonismo por resolver? -  que se afirma universitária nas bicicletas que não desistem de circular ao lusco-fusco, nos envergonhados trilhos de lama castanha.

Um ambiente de lojas de velas que cheiram a jasmim, pairava no ar urbano e afunilava-se no foco dos candeeiros de rua, fazendo-nos recordar as histórias do avô Natal com um sabor adocicado de chocolate quente.

Perfeita a magia de cidade pequena e recortada de neve entre o casario antigo e o preservado moinho de água, uma magia que não se derrete nas luzes discretas e quentes que espreitam por detrás das cuidadas janelas, molduras possíveis de pinturas de autor.

Apeteceu-me rebolar para fora do autocarro, enfiar os pés na neve, captar na minha objectiva de longa angular, os últimos raios desta cidade.

Mas estava agarrado pelo cinto de segurança da gente séria que me circunda, e não saí.

No regresso do precoce lusco fusco das quatro da tarde, experimentava uma sonolência entorpecida pelo choque térmico dentro do autocarro aquecido que rolava sobre a auto-estrada gelada, sem pressas e sem qualquer desconforto…

De repente senti uma louca saudade das nossas exuberantes áreas de serviço que povoam as nossas vias rápidas (quarenta em quarenta quilómetros) para a prosperidade adiada.

Não me lembrei que os espartanos nórdicos há muito decidiram que estes são luxos impensáveis numa sociedade organizada… e de auto-estradas gratuitas!

Mais uma oportunidade perdida para deixar de divagar, lusitano megalómano!

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