Pesquisar neste blogue

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Svenska - Chapter 2


Socialmente até somos capazes de camuflar as diferenças, até porque a reconhecida e antiga solidariedade nórdica por todos os refugiados e oprimidos do mundo, miscigenou o povo e deixou descendentes.

Somos alienígenas com aparência humana perfeitamente integrada nos padrões nórdicos do século vinte e um, predominantemente louro é certo, mas convenientemente salpicado de latinidade e periferias diversas.

Mas no final daquele simpático e amistoso almoço partilhado em equipa, sentimo-nos absolutamente e descontroladamente antípodas: não lhes passou pela cabeça que não bebêssemos apenas água do jarro, que não degustássemos outra coisa que não uma lógica de mini prato em dias de festa…durante precisamente quarenta e cinco minutos (aliás anteriormente definidos como o que obviamente – e naturalmente - iria acontecer), com tudo incluído.

E voltou a não lhes passar pela cabeça que após a refeição vem o café. Mais uma vez de forma absolutamente natural, cordial e, em momentos, calorosa!

Mas também ninguém se lembrou de perguntar (nem os antípodas de pedir) porque esta forma de estar “ faça você mesmo aquilo que não faz sentido que alguém lhe faça” é cultural e endémica, como acreditar de forma verdadeiramente crente que o almoço não é um intervalo, mas apenas uma interrupção meramente fisiológica (aliás como outras).

“No more spare minutes’ MIND”

À noite, no luminoso conforto do aquecimento central, ou na profunda escuridão do frio cortante, as diferenças dissipam-se, desvanecem-se; até eles parecem alienígenas na sua própria terra e o nosso ar de pecado (estado de) em permanência dissolve-se nas gargalhadas do bar, nas minissaias que lhes alongam as pernas na pretensa primaveril noite sueca, no álcool e até (imaginem) no fumo (obviamente controlado e sempre destino às antecâmaras do frio).

Na (ir) racionalidade lusitana diríamos que se trata de um povo bipolar, mas ambos sabemos que se trata de um julgamento injusto, porque são eles que têm razão.

Sem comentários:

Enviar um comentário