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quarta-feira, 8 de maio de 2024

Os Reis de Shiraz (e de Persépolis)

 


"I build this place with the help of the Gods"
The country, the king and the treasures.
Visto de cima, do túmulo de Artaxerxes escavado na montanha, dificilmente conseguimos visualizar o impacto que os reis persas tiveram nos vinte e três estados que prestavam vassalagem aos Aqueménidas, tal é o nível de destruição que a humilhação de Alexandre provocou.
Mas a leve brisa que hoje circulava ao nível da Necrópole, umas dezenas de metros acima da superfície da cidade cerimonial dos reis da Pérsia, levantava uma espessa poeira de mitos e recordações, emocionante pisar as pedras e abraçar o espaço que outrora representou o centro do império Aqueménida.
A pompa e os rituais de submissão são apenas o aspeto mais folclórico dos pedaços de história notáveis, que se entrelaçaram nos territórios da mitologia persa e do pensamento sofista e do zoroastrismo enquanto religião.
E, enquanto conquistavam o mundo, construíam um império que, sendo autocrático aos olhos dos historiadores gregos, que preferiam valorizar a democracia, mesmo que à custa de uma noção de estado, regia-se por princípios zoroastrianos, sob o primado da verdade absoluta, a liberdade para todos os que trabalhavam para o império, autonomia cultural total para as vinte e três províncias que prestavam vassalagem ao Rei.
Obviamente que devidamente temperado pela época e pelos entusiamos nacionalistas dos historiadores dinásticos.
Hoje, os 10 000 guardas imortais do rei estavam cooperantes e deixaram-nos partilhar as memórias do império com as memórias dos reis.
No more, no less!
E hoje à noite, juro que, para lá das paredes de rocha e montanha, estava aceso o fogo sagrado na necrópole do Cyrus o grande, enquanto o maior de todos os deuses, o Ahura Mazda, dava a permissão solene aos reis Aqueménidas para perpetuar a dinastia através de casamentos entre familiares.
Uma investidura do sol, do anel e das asas para os bons pensamentos e pelas boas ações doa reis Aqueménidas.
Porque os símbolos reforçam a autoridade do monarca, cultivamos palmeiras como o símbolo de longevidade e sacrificamos um cedro, símbolo da abundância, para vos oferecer nesta, e em todas as ocasiões especiais.
Para que eles protejam o império dos inimigos e da mentira.
No less, no more!


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