No Norte da península, todos os caminhos vão dar a Santiago, pelo menos no imaginário de todos os estrangeiros do mundo que procuram a redenção celestial ou o reencontro com a sua alma terrena
Mas, para os galegos, os caminhos da sua devoção percorrem-se nas suas paróquias em procissões a compasso, ao longo das ruas do casco velho, envolvido por um povo que se debruça nas janelas de madeira branca que contrastam com o granito das fachadas, uma marca do fervoroso norte
Nas igrejas do românico a solenidade dos interiores deixa-se sobrepor pelas oferendas, atos de fé pagãos, apenas aceites nas comunidades indígenas, longe das imponentes catedrais do império, onde o ouro dos castiçais é única oferenda que parece não despertar a fúria dos Deuses.
Longe do fausto das grandes missões, a procissão de Corpo de Cristo neste Sábado de Junho em Baiona parece um ritual masculino de iniciação, em que os mais velhos entregam os jovens ao criador, transportado em ombros, indiferentes ao circo exterior
E nunca duvidemos que no Norte da Península, não há espaço para livres interpretações da fé, ao contrário do que parece transparecer ao longo dos caminhos de Santiago
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