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domingo, 14 de janeiro de 2018

Empty Spaces



Hoje desfilamos o Verão com um olhar de Inverno. Até somos capazes de ouvir os ruídos das crianças, a voz do vendedor de bolas de Berlim, o apito do banheiro 
Seríamos, mas não escutamos nada, a não ser os passos abafados dos corredores de fundo.
Os atletas da chuva, os agitadores das poças que competem com o mar por uma margem segura.
Nas memórias do Verão há uma espera impaciente, desconsolada, uma ansiedade que até emana um certo brilho, serão suores frios, lágrimas de ferrugem ou talvez  pingos de uma humidade que afugenta os adoradores de calor.



Em tarde de superfície frontal, as memórias da época balnear sofrem com o desgaste dos elementos.
Mais do que irão sofrer com a azáfama dos veraneantes, porque a vida das memórias é uma história circular.





Sofrem mais do que com os gritos estridentes da sofreguidão das horas de Sol, uma cor de pele e ampolas de iodo e vitaminas, porque também as memórias também têm sentimentos.
Abandonadas nos maus momentos pelos que se esquecem que as memórias também sofrem, têm os sentimentos dos átomos metálicos
Solidão em estado cru.



Em tarde de aguas furiosas que vêm do céu, as memórias parecem ter perdido o sal.

Empty spaces 
Empty memories...

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