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quarta-feira, 30 de abril de 2014

Bruges – A cidade das três torres





Entrar nas muralhas da cidade medieval (ou que restam delas) transporta-nos definitivamente para uma outra dimensão, o de uma urbe que resistiu intacta, por caprichos da natureza, pela sobreposição de interesses, por condicionalismos geográficos e até por milagre.
 A sua ligação ao mar através de canais, a sua situação geográfica como confluência de rotas, terrestres, fluviais e marítimas explica uma parte da sua ascensão medieval, como pioneira das grandes cidades no fim do ciclo das trevas.
Uma grande tempestade entupiu o canal, e tornou-a mais longe do mar que a rival Antuérpia, mais próxima do abandono e mais longe das modernas influências arquitetónicas dos novos ventos do progresso, tão perto mas tão longe do mar.
Suficientemente longe para não ser atingida por nenhuma das destruidoras guerras do século xx o que a transformou provavelmente numa das mais mais bem preservadas cidades medievais da Europa.

E apesar do som dos cascos dos cavalos na calçada polida nos remeter para os primórdios das da Era das Trevas, num cenário de muralhas castanhas e clausura monasterial, nada mais nesta paisagem urbana se assemelha a esta visão romântica do “Nome da Rosa” porque a altura das torres e o esplendor dos palácios nos revela que penetrámos num reino que nasceu, viveu, morreu e ressuscitou, exclusivamente por razões de pragmatismo comercial


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