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domingo, 6 de janeiro de 2019

Bansky to Russia



Adormecer em Moscovo e acordar em St. Petersburgo é uma mudança de perspetiva
A cidade está povoada de símbolos e estátuas do classicismo, do ocidente ambicionado, das artes e da cultura russa, da aristocracia czarina, longe da influência do povo e da Rússia profunda
Acordámos em St. Petersburgo e, no final do dia, é possível sentirmos a Rússia a se entranhar, especialmente para nós, que não nos conformamos com uma visão única e coerente da vida das pessoas.
Enquanto nos espraiávamos sem destino pelas margens de um rio que reclama os créditos de um mar e nos sentíamos incapazes de julgar o forte de Pedro pelo seu tamanho, passámos a acreditar que, para haver um todo é necessário cultivar, pelo menos, duas visões contraditórias da mesma realidade.
Como se fosse importante que Pedro tivesse criado uma pausa na História da Moscovia, da ortodoxia continental, como se procurasse mudar o paradigma de um país perseguido, do exterior e do interior transferindo-se a si e a ambição naval para junto do mar.
SP é isso mesmo, uma pausa na afirmação oriental da Rússia, ou a única forma de imposição ao ocidente de uma nova potência mundial e das fronteiras ocidentais diante dos polacos e, sobretudo, dos suecos.
Por isso aqui as margens nunca se tocam, as pontes reconstroem o sentido que cada uma das ilhas teve na construção dos diferentes períodos da história, um império que transfigurou o seu rosto num aventureiro e o seu espírito numa paixão pelo classicismo ocidental.
Nas cúpulas da Catedral do Sangue Derramado, nas ameias do forte de Pedro, no alto da estátua de Pushkin, nas entranhas de um armazém invadido pelas obras de Bansky ou à mesa de um aconchegado restaurante caucasiano.

Também eles a meio caminho entre Moscovo e Helsínquia, a imagem da última ceia da noite anterior.





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