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sábado, 27 de dezembro de 2014

Pássaros




Não havia tempestade no mar por isso pássaros em terra na manhã de Natal só podia querer significar que o Homem dos presentes, do trenó e das renas douradas tinha espalhado a confusão entre a passarada, logo ali, na foz do mar!
Havia musgo na passadeira, poças de água de uma noite de maré cheia, um céu contornado por azul do mar, portanto uma noite de estrelas, um rasto de estrelas cadentes que, contrariando as leis da física, subiram rio acima, mal o sino protetor dos pescadores da margem sul tocou as doze badaladas, e os homens do mar nem perceberam a agitação dos pássaros porque a missa do galo tinha apenas começado.



A agitação, a perplexidade e insanidade matinal dos pássaros da foz do mar revelavam sinais de uma noite mal dormida, à procura de um refúgio das fantasias de Natal.
Quando o bando de pombos virou a suas cabecinhas escanzeladas na minha direção, numa sincronia impossível num bando tão grande, lembrei-me do grande mestre do suspense e fiquei assustado
Mas afinal de contas, apenas procuravam o Sol e eu era o único ser assustador que por ali andava.
Debrucei-me no espelho retrovisor de um carro transeunte e só vi um velho de barba branca e de gorro encarnado.

E os pássaros voaram!



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