O livro dos grandes reis persas tem uma capa com as cores e os relevos dos Aquemênida, as mesmas cores que o tempo roubou à pedra e à Pérsia, mas que os seus sucessores procuraram fazer renascer, quase sempre um esforço efémero, insano, insensato, porque que a adjetivação excessiva persegue a História dos Persas.
O livro acompanha-me nos seus rituais de esplendor, enquanto sobrevoo o império ocidental.
Persépolis de Shiraz é o maior símbolo morto do Imperio mais sofisticado e autocrático do mundo antigo (pelos vistos, duas caraterísticas que combinavam na antiguidade) destruído em meses por um bárbaro Macedónio, tão súbito quanto surpreendente, sem que o império tenha alguma vez abandonado o estágio da Ascensão nem experienciado o Declínio.
Provavelmente foi só a soberba que entregou o mundo de Dario III, organizado e obediente, às armas do aventureiro Alexandre, que o destruiu e se destruiu em apenas sete anos.
Ou o destino iraniano dos invencíveis de pés de barro, sempre e sempre uma história que não para de se repetir.
Voamos para Shiraz atravessando o império, dois milénios e meio depois de desfeito em conflitos de matriz tribal.
(felizmente a 10,000m de altitude a barbárie humana é apenas mais um relevo no mapa, mais para Sul, entre Alepo e Mossul)
Em Shiraz dizem que o império renasceu mais uma vez no século XVIII quando a dinastia dos generais a fez capital e lhe concedeu as suas décadas de fama na longa história do Irão.
No voo noturno, oriundo de Constantinopla e dos restos do império Otomano, com um avião lotado de sofisticadas e ruidosas famílias iranianas que se destapam enquanto regressam de férias e das compras do paraíso da confluência dos mundos, é dos renascimentos que vimos à procura nos segredos da Pérsia.
Muito bom. Fico à espero dos próximos capítulos 😁
ResponderEliminar