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sábado, 4 de agosto de 2012

Roma em três atos - Ato III - A modernidade romana


Em pleno terceiro ciclo de vida da urbe (do Império, do País?) – terá começado com o regresso dos papas ou com o renascimento tardio?
 A nova Roma, a Roma dos dois elementos, nasce com o renascimento adiantado e integra a recuperação do elemento antigo com a sumptuosidade luxuriante do barroco
É o que consta dos relatos e o que ressalta dos passeios na cidade habitada e cosmopolita
A intrigante coexistência do (profundamente) religioso e do pagão (o culto da beleza e do corpo) nos últimos séculos, é um acontecimento pleno de êxtases e arrependimentos, revelações, equívocos e algumas sórdidas vinganças.
Mas salvo acidentes e algumas adaptações convenientes - daí as estátuas nuas sem sexo nos corredores do Vaticano – a obra dos artistas do novo renascimento da cidade é a essência da arte compreensível e completa, a modernidade anunciada que se respira nas igrejas, nas piazzas, nos lugares de culto ou exaltação pagã.
Michelangelo, Bramante e Raphael desbravaram a nova era por entre a indefinição de estilos de uma cidade que olhava, soturna para o passado, e Bernini soube render guarda aos poderosos mecenas e as suas exuberantes obras prolongam o fulgor dos mestres do Renascimento, com um toque muito (barroco) especial
Assim nasceram pedaços da nova Roma, os retalhos da vida de um turista na cidade.
No Campidoglio, no alto dos capitolinos, encrostado entre o fórum e o monumento a Vittorio Emmanuel (uma extravagância fora de época, muitos séculos depois numa nova, e fugaz, tentativa de construção imperial) …


(Porque é fascinante alimentar a ideia de que a cidade se (re) constrói permanentemente sobre ela própria, por camadas de História…)
Nas fontes da Navonna, entre o bairro judeu, o panteão – obra mágica de céu à vista, de dia e à noite – um rio que se confunde com as origens de Roma, e na vizinhança das sedes do poder…


Em S. Pedro, não somos surpreendidos por um toque de barroco demasiado especial que confunde os sentidos com os compromissos apostólicos e artísticos a basílica centro do catolicismo ocidental …), desbravado muito mais tarde por avenidas “mussolinicas”…


Pela Via Sistina adentro até Trinitá del Monte, escadarias abaixo em direção à Piazza di Spagna, navegando na Fontana dela Barcaccia pelos mares de luxo da Via Babuino até ao Popolo (igreja, praça e a porta da cidade), uma praça quase perfeita de formas geométricas e de simetrias cheias de significados misteriosos…


E os locais de culto sucedem-se, independentemente das hordas de turistas acidentais, ruidosos e, por (muitas) vezes incapazes de entender o sentido mais espiritual das obras e das crenças de um povo.
Sim, porque as referências são quase impossíveis de abarcar num roteiro, numa visão panorâmica, ou numa superficial visita com tempo contado, porque Roma não se esgota numa unidade de tempo / dia.
Mas os heróis do terceiro ciclo têm uma vantagem preciosa: não experimentaram a decadência e a derrota, viveram numa Europa de bárbaros domesticados (ou convertidos)
Foi só criar nos espaços vagos
Por isso os génios da arte andam à solta na citá!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Barça, Gaudi e uma Nação (I)


É mais que um clube, é mais que um mero símbolo.
Barcelona reclama modernismo como uma bandeira, um desafio, mesmo um desaforo a favor da Catalunha, Estado Nação não fosse o Rei!
(E se o Rei fosse outro? Homem ou Estatuto?)
Gaudi, o vagabundo, mendigo do fim da vida, é o herói improvável, de refúgio para quem precisa de um símbolo, o símbolo da vanguarda!
Se o Rei foi/é/será consensual, com o desfecho fatal da guerra civil, a nação catalã foi suspensa!
(Um tutor que não dissolve a monarquia, mas que uniformiza um espaço geográfico – Nação? – sobre as cruzes da guerra dividida)
(União – Uniformização) um outro lado de uma moeda diferente!
Os grafittis recordam, que nem enterrado no museu da História, a Catalunha concede perdão.

~

Qual o efeito? Homem ou Estatuto?
Gaudi, o símbolo ressuscitado do modernismo catalão!



Como Picasso!
Como Dali!
Modernismo, Extravagância e ousadia.

A mesma guerra civil (ou teriam sido os anarquistas?) destruiu os planos de construção da Sagrada Família, e transformou-o (O) num mito e criou a discórdia eterna / o da interpretação hipotética do Mestre.
Estranha a contradição: podiam os anarquistas ser mais anarquistas que Gaudi?
Olé para a expressão “génios incompreendidos que só a morte redentora os liberta e os eterniza”
Desafio enorme à grande Nação (a espanhola?)!
Falta o Barça: Última irreverência de talentos, que se opõem ao interesse comum, que gere em função do padrão médio (vulgar?)
7 em 11 jogadores do campeão do mundo, representa o quê?
O Rei apressou-se a falar da União, espírito de sacrifício, um exemplo para a Nação…
Qual?
E se tivesse sido 11/11? A Nação teria sido outra?
Não foi afinal o resto do pé da ponta do corpo do apaixonado guardião do regime feito clube (também falamos do guarda redes) que salvou a Espanha do adversário?
Minuto (45;90)
Afinal não há proporções para uma vitória integral. Certo?
Algumas semanas depois, um milhão de catalães, nas ruas de Barcelona, contestou uma decisão do Tribunal, ofuscando-lhes a autonomia.
Afinal, proporção é proporção, e os catalães terão perguntado pelos avançados andaluzes!
Desafio, eficiência, ousadia, cores e bandeira: Camp Nou
Por vezes a mesma sobranceria dos vizinhos Castelhanos, cheio de amor-próprio e vaidade latente.
Já se sente!
É uma delirante cidade, onde se tropeça constantemente numa incontornável raiva criativa!


Avé!