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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Afinal, Há Pai Natal



Ontem à noite seguimos o Pai Natal e as nove renas na sua viagem à volta do Mundo, através de uma sofisticada aplicação alimentada pelos satélites da NASA e por uma IMENSA imaginação.
(Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão e uma nova, Rodolfo, a rena que tem o nariz vermelho, capaz de ver através do nevoeiro)
Tudo muito real, o número de presentes entregues, a sua localização precisa e uma velocidade quase furiosa com que se desloca entre os locais, as cidades e os países, nos minutos que antecedem a noite de Natal.
E não julguemos que o Santa se desloca, em órbitas precisas como se de um satélite se tratasse.
Em Santorini às 10:33, em Istambul às 11:01, em Colónia às 11:32, em Basileia às 11:35, em Marselha às 11;45 e, logo a seguir em Bilbao (ai que ele vai entrar pelo Norte) e, puro engano, Barcelona, Madrid, Tarifa (ai que ele vai entrar pelo Sul) e, puro engano, às 11:55h atravessou o estreito e deslocou-se para a Tunísia.
Desapontados pela redentora lógica ibérica do Pai Natal, convencemo-nos afinal que, com 3,9 biliões de prendas entregues e registadas, que este roteiro não passava de uma construção de cinematografia animada dos infantis americanos.
Às duas da manhã, lá voltámos a espreitar e, com a Empinadora na frente (e muito nos rimos da consoada), o cortejo do Santa atravessava o Oceano em direção à América prometida, sobrevoando com desdenho a cidade de Ponta Delgada.
A essa hora, já o Capitão Von Trapp, um bando de crianças geniais e a Julie Andrews atravessavam a fronteira da Suíça a pé, pelos Alpes verdejantes de Verão fugindo dos abomináveis nazis e seus bonecos de neve.
Sem rasto da Heidi e do seu avozinho, afinal produção japonesa de um após guerra longínquo.
Na rua da noite da véspera de Natal uma velhota resmungava à porta do café contra um saco de plástico abandonado ao vento, “lá dentro pagam dez cêntimos e cá fora deitam-nos para o lixo, deve ser gente rica” e amorfanhava o saco para dentro da carteira, um mecânico de rabo-de-cavalo, grandes pretensões e uma enorme falta de jeito (apenas ultrapassada pela humildade inexistente) forçava um pequeno farol fundido, com um braço enfiado na roda da frente e um bando de cegonhas a rir da sua imbecilidade, que se resolveria com um macaco e com uma chave de fendas.
Mais gratuito que o saco de plástico, mas tão sucateiro quanto um toque de midas não podia ser.
E o Sol desapareceu entre o fumo das chaminés (prova superlativa de que não há Pai Natal) cheiros a comida intensa e um vento cortante de Leste que nos fez lembrar um enorme suspiro de alívio da grande mãe natureza por finalmente o Natal estar a chegar.

E a partir.


segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Ano 2010 D.C - A mão visível da criação humana




JC acaba de festejar 2010 anos de uma história e continua a ser o Homem mais famoso do nosso mundo finito, apesar da concorrência do Pai Natal, uma versão mais colorida, mais respeitável - será da barba? certamente que não é do barrete - e actual do mistério da natalidade (natividade, Natal), da mão de Deus lançada à Terra para abençoar todas as criações do Homem, e orientá-lo na procura do bem comum. Esta é a versão original (pelo menos nas suas grandes linhas), que não inclui ainda o dito Pai Natal, cuja origem desconheço, mas desconfio tratar-se de uma obra pagã.


Quis a coincidência (quando a ignorância cientifica prevalece, a coincidência resolve os impasses e as imprecisões do autor) que associada à celebração do nascimento do menino, se extinga o ano velho, quatro estações de criações, descobertas e aberrações humanas, sob a influência esmagadora da Lua e do Sol.


São muitas conjugações de astros na mesma semana; empilhamos balanços mentais, esboçamos festejos, bocejamos prendas do Pai Natal a todos, apesar de apenas JC fazer anos,(ou será JC que incumbiu o SC - Santa Claus - de nos recordar que ele existiu e terá sempre um papel no nosso imaginário colectivo) e chega a pingar sobre nós uma calendarizada nostalgia pelo que representa um ano civil e lunar que ameaça despenhar-se num réveillon de luz e fogo, passas, desejos e promessas que se lavam de alívio com o amanhecer do dia seguinte.


É quase sempre assim, tão apressado, quanto o exige uma única semana, uma em cinquenta e duas, uma de balanço, de promessas e de desejos, intercalada pela celebração do aniversário de JC...


Lembrei-me por isso de evocar (em balanço e em vão), nos minutos que (se seguem) antecedem a comemoração, a mão da criação, a mão visível que embala a criação humana.


Em 2010, a mão visível (sem as conotações de incompetência politico burlesca que nos afligem, e que nos infligem insuportáveis e anunciadas dores de envelhecimento) do Homem, deixou-nos momentos de magia...


Em jeito de lembrança, a meio da semana, para não parecer balanço nem promessa !


Paris parece-me uma boa ideia de magia...sempre e apesar dos autóctones