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sexta-feira, 11 de agosto de 2017

FBN (*) & PGT (**) - New sounds of St. Peters

(*) Famílias Bilingues Numerosas 
(**) Pombos Geneticamente Transformados (genes de gaivota)




Os sons da praia ventosa quando fechamos os olhos à procura de uma catarse subita de calor...
ou as novidades mais escaldantes do boom turístico e do alojamento local na praia de S. Pedro que promove o intercâmbio de culturas e a miscigenação das espécies 















quarta-feira, 24 de agosto de 2016

As sombras de Agosto


As cidades vivem das suas sombras
Especialmente em Agosto.
Ou sempre.
As sombras de Verão não são sombrias.
São protetoras
Dos DJ que vivem na praça, das multidões que varrem os passeios, rua abaixo, dos mercados de rua, das lojas de gelados e dos cafés que convidam a uma lânguida inação.
Das raças, dos sexos, da igualdade dos géneros e da nossa obrigatória opinião sobre a liberdade religiosa e os conflitos de civilizações
Diluem as identidades, mesclam os autóctones e os forasteiros.
Nas sombras ninguém os distingue apenas pelo sotaque e tornam as cidades mais iguais.
As penumbras libertam, os que nelas vagabundeiam, e tornam as cidades mais igualitárias.
Sem que nós nos sintamos constrangidos por não ter opinião, por esperar que alguns problemas se resolvam por si.
Isso mesmo, um refúgio para a ausência de opinião
Por isso nos afastamos dos reflexos da luz quente de Agosto.
Preferimos a irreverência e a inconveniência.
A descrição ou a tontice compulsiva.
E as duas ao mesmo tempo.

Que o Sol, quando se levanta, nasça só para iluminar o que nos rodeia.











segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Cai névoa no Verão


Subitamente, mal a serra invade o mar, o nevoeiro antecipa a noite e ninguém se parece importar com isso; os putos jogam à bola, os surfistas lançam-se nas ondas e a piscina, um oásis de azul que se realça no cinzento da paisagem, permanece intocável, nas águas serenas e transparentes daquele enclave, que reflecte as sombras coloridas dos chapéu-de-sol.
Hoje, desprovidos de qualquer utilidade, abandonados nas margens das pistas olímpicas, jazem fechados, contemplativos desta obra do regime, que se mantém de pé, com uma dignidade épica, resistente às ondas do mar, aos persistentes nevoeiros que protegem a paisagem dos caprichos imobiliários e das fantasias de um turismo embalado, às revoluções e aos exílios dos refugiados da guerra pós-colonial, à moda de peles morenas num sol raro que por aqui se instala, na vertente norte do cabo mais ocidental da Europa.



Praia Grande, 1966 é, na essência, a mesma de hoje, não fosse a loja / bar e restaurante que alberga os surfistas, janelas abertas como se não houvesse inverno neste verão da costa, com uma música que se ouve e que se dança, os brincos pendurados nas orelhas dos transeuntes, os ecrãs LED que debitam ondas ruidosas dos ecrãs gigantes.
O anoitecer realça ainda mais esta inconfundível afirmação da predominância dos elementos na paisagem.
Tão raro, quanto a chuva que começa a cair, protegida do vento avassalador que varre o lado de lá do Cabo da Roca.
Ainda há lugares assim, para quem precisa de que a natureza agreste nos acorde das depressões terrenas!