Aqui, envolvido pelos terraços de
Moray, circulo perfeito de terraços agrícolas, laboratório agronómico inventor
de espécies, percursores da batata e da agricultura biológica…
Aqui, sobre a encosta de Maras,
onde os pacientes incas esperaram que o sal brotasse das entranhas da montanha
e o tratavam como o sal de mar (as) …
Aqui, debruçado sobre o rio
sagrado, enquanto o divino sol se despede do vale, por detrás do ocidente, para
lá de Machu Picchu…
Aqui, na encosta do templo
sagrado de Ollantaytambo, onde me imagino sentado no trono do inca a venerar o
sol que nasce na montanha a leste, e o Deus de todos os deuses esculpido na
pedra…
Aqui, na varanda do quarto do
hotel rio sagrado, embalado pela música da corrente do rio, pelos pássaros que
enfeitam os mantos de escuridão que nos invade, e pelo eco do apito do comboio
que regressa de Machu Picchu a Cusco…
Aqui, converto-me sem condições
ao ciclo da religião inca:
Uiracochan – imagem do criador do
céu e da terra
O Sol e a Lua
A manhã e a tarde
O verão e o inverno
O raio e as nuvens
A chuva e o granizo
A terra e o mar
O rio e as árvores
O puma
O homem e a mulher
Deus de todas as coisas
A alimentação do povo
….
Com algumas pequenas imprecisões
de teor andino!
Cientistas e agrónomos, arquitetos
e sacerdotes cheios de penas coloridas, observadores e planeadores sem
referências de civilizações vizinhas, um povo normalmente obediente, de tanto
agradarem aos elementos sagrados da natureza se esqueceram que nem todos os
estranhos barbudos que não tomavam banho todos os dias, eram deuses enviados à
terra…
E tramaram-se!
Mas foi uma pena.
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