(foste absolvido em 1983) ...
...ou um quase poema em honra do pai da ciência moderna
Na praça da república, o que
resta dos banhos de Diocleciano, reconstruído pela basílica de santa maria de (todos)
os anjos, a partir do século XVI, recupera a dignidade das suas abóbodas na
destruição dos seus vestígios
Roma no seu âmago
Miguel Ângelo, arquiteto ao
serviço papal, num traço hoje também irreconhecível perante as reformas do
século XVIII
Ganhou dimensão e grandiosidade,
mas tornou-se fria e distante porque os banhos tinham a composição genética dos
templos pagãos
Falta-lhe espiritualidade baseada
na abstinência
E aquele que só muito mais tarde
teve direito a um túmulo católico regressou em vida, reconhecido pelo templo
católico dos espaços abertos e raízes… (numa linguagem moderna) laicas!
Irónico?
Ou o reconhecimento de que a
ciência precisa de espaços amplos e múltiplas origens?
Quando deixou a matemática e se
dedicou a por em causa os dogmas da criação do mundo, as trevas do renascimento
avançado cobriram a sua chama,
O pensamento científico
Não morreu na fogueira inquisitória,
mas foi-lhe negada a honra da razão
Queimado, no sentido figurado e
social do termo
Na última manhã da Roma turística
deparei-me com Galileu na paz dos anjos, abençoado pela república na
grandiosidade (quase pagã) bíblica de uma basílica católica
Um triunfo pelo cansaço da teoria
heliocêntrica
Não podia haver melhor síntese
para a Roma dos quatro atos, a vitória da inteligência, apesar da permanente
insistência das trevas do tempo.
Antiguidade, Cristianismo,
Renascença na modernidade e redenção!
Um Génesis possível do imaginário
de uma Roma futurista!
Sem comentários:
Enviar um comentário