Ele julgava-se capaz de intervir
no passado, indiferente ao perigo de encontrar dimensões não conciliáveis, no
seu regresso ao presente
Escrutinou cautelosamente todos
os momentos determinantes do seu próprio passado e concluiu que jamais seria
capaz de evitar revoluções ou deter as mudanças climáticas.
Mas deixou-se tentar pela ideia
de que os espelhos podem ser janelas para o realismo fantástico, abrindo-as uma
a uma, escolhendo os pedaços marcantes e reunindo-os sob um formato de presente
melhorado.
Como se fosse possível isolar os
momentos marcantes das consequências dos genes, da aprendizagem, e das próprias
consequências de interferir com os momentos singulares do seu passado.
Quantos espelhos, teria ele de
abrir, para construir um presente diferente?
E de fechar?
Lembrou-se então da capacidade
limitada que a vida dispõe para interferir com um fio condutor, sem cair em
dimensões impossíveis.
Pensando melhor, a visão de um
espelho retrovisor de uma tarde de rotinas, é apenas uma réplica invertida de
um quase presente.
Intrigantes as mentes humanas,
quando submersas na indolência.
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