Por aqui ninguém se importa qual é a verdadeira ordem do João, o santo das pessoas, desde que seja o maior, o mais pujante, o mais intrometido e que a malta não proteste com os martelos na cabeça e mais um empurrão rua acima.
É o primeiro e o último, é um santo protetor porque beatifica a loucura coletiva, purifica os vapores do álcool, perdoa a ousadia de um povo que a única coisa que se lembra é que hoje é dia de sair à rua
Todos os 23, uma noite em que a multidão acorda a santíssima trindade, a lança ao ar,a atira ao rio e ainda a transforma num bode expiatório para a força do martelo, da tradição e da imponência dos machos.
É a noite em que não há paisagem porque as gentes ocupam espaço e se intrometem no nosso (e no deles) espaço natural, porque é preciso é seguir em frente
Porque para a frente é que é destino, mesmo quando os sinais translúcidos se atravessam ao caminho
Junho é a noite em que pagão ilumina o caminho dos devotos e em que a religião é um pretexto para exorcizar os demónios de todo o ano
Salvo o devido respeito...
...e um copo de cerveja na mão!
Sem comentários:
Enviar um comentário