O revivalismo apoderou-se do ocidente vinte e um.
1966 – 1971 é apenas uma metade de década em que o
mundo ocidental estremeceu com crescimento da geração do após guerra.
Discutível se foi o momento de afirmação da geração
X, um conceito com temporalidade tão vaga e tão ampla que derrete qualquer
esperança de consenso.
O mui distinto e respeitável VA (Victoria & Albert Museum) converteu-se – de forma quase obscena, aliás - à fúria digital,
como uma única via de relembrar momentos de uma História intensa e,
reconhecemos, pulverizada por acontecimentos marcantes.
Os tempos de hoje idolatram o espetáculo e, com o
recurso a tecnologias não disponíveis na década de “todas as revoluções”, apoderou-se de uma geração incerta,
(que, envelhecida percorria fascinada os corredores do
museu, de auscultadores presos à cabeça)
E transformou este pedaço de história num gigantesco
videowall de eventos bizarros, tão improváveis quanto Mick Jagger participar em
filmes publicitários de frigoríficos com o livro vermelho na sua mão esquerda.
(o desembarque de Neil Amstrong na lua e a entrevista
de Lennon e Yoko na cama do seu apartamento em Nova Iorque)
(Os The Who em Woodstock e os caderninhos vermelhos
da revolução cultural chinesa)
(As manifestações de Maio de 68 e a nova – e colorida
– publicidade aos novos bens de eletrónica de consumo)
(As mini saias e as roupas garridas e os direitos das
minorias e das mulheres)
Provavelmente não há visões coerentes em momentos de
revolução que se alimentam de contradições e de equívocos
(Sem juízos de valor)
Afinal de contas é a sua principal impressão digital.
Mas fazer destas contradições um espetáculo de puro
exibicionismo pictórico servido numa dúzia de salas labirínticas, é uma
vingança pobre do omnipresente VA à estruturada revolução da irreverente
Saatchi Galery em
Exibicionismo
Exibicionismo
Não admira pois, que as novas gerações tendam a
desprezar – por falta absoluta de esclarecimento – o conteúdo em desfavor da
forma.
O que me deixa muito inquieto.
Num pequenino canto de uma qualquer das salas
intermédias, a única mensagem consequente e com um interessante valor
histórico.
Uma afirmação de Steve Jobs (aliás, fora do contexto
da época, gaffe imperdoável) que lembra que foi nos finais de sessenta que
foram criadas as condições filosóficas que permitiram, através da progressiva
descentralização das formas de comunicação, o advento das novas tecnologias que
conduziriam à democratização da comunicação através da internet.
Imbuído deste espírito democrático, larguei as
bolorentas salas do museu e saltei para a rua à procura de explicações do
impacto dos anos sessenta na vida e na cultura do século vinte e um
Sem preocupações de distinguir os sinais da
influência das tendências revivalistas.
Afinal de contas nem tudo o que é passado é mau, nem
tudo o que é futuro será bom
North Bank - Thames River
Shoreditch
Brick Lane
Brick Lane
Bethnal Green
Regent's Canal
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