Spitafields, Brick Lane e
Shoreditch, são uma alegria vintage em cenário de transformação pós industrial.
Nem de propósito, Londres vive o
vintage revivalista (survival) no seu auge e por aqui, vintage tem um significado
muito evolutivo, dinâmico e abrangente; no século passado significou anos 60 em
plenos anos 80,e hoje (abrangente e pouco preciso século XXI) tudo o que tenha
mais de trinta anos!
Apesar de ser cíclico e se
parecer com arte e criatividade em círculo fechado, o cheiro a naftalina até pode
ser estimulante, e é adoravelmente hilariante!
Os mercados de Domingo alegram o
leste da cidade, a meio caminho entre a moderna e cosmopolita City e a
futurista cidade olímpica, que aguarda abertura ao público, em espaços que não
terminam e se sucedem, entre armazéns recuperados, fachadas decrepitas, muros
em ruínas e becos sem saída, próprio de lugares em transição avançada entre o
sórdido e o trendy.
Já não se parecem zonas de combate, porque dentro das fachadas enegrecidas pelo tempo e pelo abandono, renascem galerias de arte, lojas vintage, restaurantes e vida noturna.
Aqui, a arte não tem convenções e
estende-se pelas paredes exteriores, pelos muros quebrados e pelos túneis de
tijolo, que se escondem das intrincadas linhas férreas que pululam nos
subúrbios, os pátios das traseiras da fleumática, tradicional e palaciana
Londres.
A diferença da cidade de hoje é
que os quintais da cidade passaram a ter porta principal e são mais do que uma
passagem, são um destino absoluto.
“Aqueles óculos vintage fazem-te
brilhar o rosto”
E cheira a caril no Bangladistão,
uma versão (vingança) pitoresca dos povos colonizados, bem longe das alamedas
cor de tijolo que conduzem ao arco de Wellington, triunfal e de intensas aspirações
coloniais
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