Saatchi Gallery, primeira
preciosidade não convencional no bairro snobe de Chelsea.
Não podia haver entrada mais
triunfante: retratos e arte pictórica do apogeu à (vertiginosa) queda do
império soviético. Tão inquietante e vernáculo cru que fere, nudez e decadência
humana, resultado da implosão do império. Ucrânia, 1998, e a falta de
referências deixa uma civilização à beira da insana loucura.
Mas uma das obrigações das
Babilónias civilizacionais é espelhar o mundo nos seus palácios, nas suas
galerias, nas ruas (que circulam em sentido contrário) com sotaque e pedigree
que se misturam com o verde dos jardins e as correntes de ar que se enrolam como
tornados nos pátios vitorianos.
E visitar Londres somente para inspirar dos vapores elitistas, típica e insularmente britânicos, é redutor.
Visita-se Londres como quem abre
uma janela para o mundo, com a vantagem de que, normalmente, as cenas de horror
não deixam de ser virtuais e convenientemente dispostos em salas de arte
contemporânea ou experimental
Depois deste cenário dantesco e
fantástico de expressão de arte contemporânea, só uma visita ao Buckingham
Palace pelo gelado anoitecer londrino, poderia ser mais disruptivo e insano.
Nada de pessoal, Sua Majestade!
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