Um povo deve cansar-se de fadiga
a sério.
Nero teria ordenado que pegassem
fogo a este enxame de invasores barulhentos e multiculturais que devassam os
tesouros do Império (eles e as máquinas fotográficas que banalizam os tesouros,
revolta (tardia) dos povos romanizados.
Estação ferroviária de Santa
Maria Novella, cinco da tarde!
Abre-se um corredor, um
intermezzo de silêncio e conforto entre a agitação e o ruído que enxameia a
arte e a história.
A experiência ferroviária é um
mommentum: Florença vs. Roma em hora e meia, uma linha nova que se esconde da
paisagem em (tantos) túneis que fazem doer os ouvidos e tira-nos todas as
referências geográficas (Toscânia, umbria, quem se interessa ou quem sabe?)
Absolutamente novo e inesperado.
Não era esta a memória confusa e extenuante que tinha dos morosos combates
ferroviários italianos por um lugar sentado.
Hoje importa chegar sem tremores
e sem demoras. Uma espécie de combavião!
Provavelmente se o génio Miguel
(Ângelo) tivesse sido contemporâneo destas modernidades, não teria demorado
tantos anos para fugir de Florença para Roma! Ou apenas mais uma possível causa
para o deficit galopante de um Estado descuidado, que todos, em Itália,
preferem que não atrapalhe?
Roma ao fim da tarde, e as
gaivotas sobrevoam o Quirinale.
Felizmente o Presidente não deve
estar porque é Domingo e porque as gaivotas têm o mau hábito de arrancar os
olhos aos moribundos.
Gaivotas a trinta quilômetros do
mar, tempestade certa!
Em Trevi, uma multidão nunca
vista abafava a fonte e evaporava-lhe a água só com o respirar
Vamos daqui embora antes que
chegue o (tal) Nero.
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