A utilidade é um conceito central
da teoria económica e, segundo esta, a principal motivação da nossa atuação
como agentes racionais.
Consumimos os bens que nos
proporcionam maior utilidade e, em momentos difíceis, esperamos que os recursos
sejam todos eles reconvertíveis, portanto úteis todos os dias.
Imaginei, naquele Domingo de
manhã, que talvez os belos jardins estivessem cheios de festas de crianças e o
parque de escritórios transformado em parque temático.
Mas até o McDonalds estava
fechado, vazio e sem utilidade.
Um Zombie Corporativo em repouso
absoluto.
Visitar um centro de escritórios
ao Domingo revela-se contudo um quase atentado à segurança nacional.
Não há pessoas, só camaras,
seguranças e sei lá mais o quê
“Você está a ser filmado! Os
proprietários podem não gostar…Ui, a fotografar escadas de incêndio de um
edifício (igual a outros cinquenta) que alberga dezenas de insignificantes e
obscuras empresas”
Só se for por causa do vazio de
utilidade, assim exposto de forma tão despida
Entranhas ou nudez despudorada?
“Então, o que posso fotografar?”
“Você é que sabe!”
“Quer que apague alguma
fotografia?” – E mostro-as todas com diligência
“Ah, não sei!”
Mas afinal de contas se não
sabes, porque é que chateias? Provavelmente o tédio do zombie corporativo,
soltou-se no Domingo e tu precisas de companhia mais humana
Afinal de contas, passear no
vazio e no silêncio absoluto de prédios inteiros sem vivalma, pode ser encarado
como um ato vil de espionagem corporativa.
Passeando por entre um vazio de
gente, o eco dos passos sobrepôs-se à paz do silêncio e tenho quase a certeza
de ter tido a companhia dos fantasmas de fato escuro.
No silêncio e na ausência
absoluta de seres, somos mais tentados a questionar o porquê de tanto vidro e
cimento na era da informação global.
Como diria o pragmático J. para
quê correr todos os dias atrás do trânsito, da poluição e do gasto de
combustível, para nos fecharmos todo o dia num escritório?
Baah! Lá estão estes nórdicos com
modernices!
A única certeza, é que os centros
de escritórios ao Domingo, não servem mesmo para nada!
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