Há muitos séculos que não somos
donos da nossa própria História.
Não estamos hoje, portanto,
perante um facto novo!
Ontem voltei, entre montes e
aerogeradores, ao início do século XIX na ondulação do relevo atlântico, a persiana
norte à capital de um império que já não inspira nostalgia, sequer!
São agora cinco concelhos,
cinquenta quilómetros de fortaleza de pedra e areias, armadilha de Junot
e companhia, montada pela engenharia inglesa, pelo trabalho manual, em alguns
registos escravizante, submisso à aliança secular.
As linhas de Torres acabaram com
aquela desconfortável cisão entre a nobreza e a nobreza, pobre povo abandonado
pela fuga precipitada e Real, quando nos tornámos seguidores, por falta de
dimensão.
Quanto mais não seja, esta virtude
repousa aos ombros da engenharia militar.
A história do mundo não conhece
muitas fortalezas com final feliz e hoje dividimo-nos entre o monte dos
vendavais ou fortaleza natural inexpugnável.
Tenhamos a noção que fomos apenas
um campo de batalha entre titãs, as novas potências do século XIX…e nós sem
fôlego, sem vontade nem convicção, exceto pela superficialidade faustosa das
cortes – especialmente a napoleónica, confesso!
Aprende-se tudo isto no Centro de
Interpretação das Linhas de Torres em Sobral de Monte Agraço
A História faz-se de
desequilíbrios, momentos em que a sorte dos dados muda.
Hoje e na História
Voltarei em breve para ver as
muralhas, porque me fascinou a forma como eles conseguiam comunicar por
telégrafo ótico em seis minutos, entre o Tejo e o Atlântico!
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