O discurso ardiloso do dinossauro
Mário ecoou da caverna da política pré-histórica, prec ativo de
sobrevivência do clube da retorica (politica, ideológica?), pretensão
visionária.
Amigo Mário, descobriste tu e os
teus amigos franceses, uma nova ideologia capaz de fazer renascer o ideal
social-democrata na europa.
Um novo farol sem conteúdo
ideológico, mas visto como um golpe de magia política que deixa inebriada a
confraria dos compadres, apenas eles em busca da salvação de uma classe que
ainda não sabe que está perdida.
A ideologia do crescimento, no mesmo
tom e comprimento de onda que o direito adquirido do ocidental e civilizado estado
social...que parecia irresistível e triunfante sobre o muro de Berlim.
Sim, esse que se revelou
demasiado ganancioso para ser apenas social e se auto elegeu durante décadas de
obra feita e privilégios reais, dando-nos uma (falsa) sensação de segurança
sustentada em horários de trabalho reduzidos, reforma antes dos sessenta, tudo
em troca do poder para a vida, para os nossos esclarecidos guardiões do templo
Ainda os cacos não se
estilhaçaram todos, nos passeios da nossa (restante) vida…
Sim, trato-te por tu, porque
fomos companheiros de luta no verão de 75 tu, na varanda da sede do teu partido,
com o peito às balas (se viessem), cercado na praça da república por
revolucionários raivosos e eu miúdo, no meio da multidão, de mão dada ao meu
pai a começar a nascer para a democracia, a antecâmara do estado social de 86,
a europa unida da abundância.
Como queres crescer, Mário?
O estado social justificava per
si a sobrevivência, geração após geração, dos políticos profissionais, baluartes
da civilização ocidental.
Falido o estado, ferida a auto
estima, chegou a altura de se tornar razoável e vender as pérolas e os
privilégios e embalsar os dinossauros.
Sim, qual superioridade civilizacional que está à venda no
oriente (fábrica do mundo), a maior antítese geográfica e cultural do orgulhoso
e altivo Ocidente.
Darwin afirmava que não eram os mais inteligentes e os mais
fortes que sobreviviam, mas os que melhor se conseguissem adaptar.
Por isso cuidado que eles podem mesmo sobreviver, para além
mesmo dos princípios que em tempos defenderam (os elegeram)
Há muito que já me convenci que as cegonhas não vêm de
França e mesmo a ideologia tem limites, na ombreira da porta da demagogia.
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