Curry é uma marca, uma produção
cuidadosamente explorada de cores quentes e ambientes exóticos em que as
imagens jorram com uma fúria de realizador de todas as causas.
Um circo que se reacende em cada
cidade que o recebe, um palco que se monta e desmonta ao ritmo do grau de
entusiasmo das audiências sedentas de lugares distantes e de atmosferas
inacessíveis.
Por vezes é dificil romper com a
encenação que representa a quase perfeição formal de um mundo inteiro que posa
para a camera, desvendando o pudor das culturas distantes, dos dramas que se
pressentem em cada negativo e em todas as expressões
Uma exposição de duzentas imagens
sem ordem precisa nem cronologia lógica, é de uma quantidade tão profícua que
desfaz o purismo da arte de exceção, das obras únicas, da reflexão em torno de
um conceito e da intimidade dos espaços vazios.
Nas exposições de Curry, as
multidões revêem os episódios de National Geography, uma versão realista dos
mundos animados de Disney.
O caleidoscópio de cores quentes parece
suspenso pelos ares e cada olhar é uma imersão numa nova história, a história do
mundo.
Só é pena que nos mundos de
Steve, nada permaneça escondido.
Por vezes o encanto está no que
se esconde e menos no que se mostra.
Saímos com a retina inundada de
cores e imagens extraordinárias, mas carente de mensagens subliminares