É o nome de uma exposição
composta por obras do espólio de arte contemporrânea do (ainda) catalão La
Caixa.
E esta informação é muito
relevante quando afloramos o tema.
A coleção de arte contemporênea “La
Caixa” é muito explícita na forma de olhar e compreender o mundo que nos
rodeia.
Comprometida, como a inteligência
costuma rotular.
E, aqui sem discussão, com uma
linguagem polvilhada de olhares latino-americanos “escavando nas suas
profundidades temporais, a fim de distinguir as suas luzes e sombras”.
A exposição é, por isso, um mar
de instalações, video e fotografia que se desafiam mutuamente em uma critica
social nada subliminar.
Carlos Garaicoa desafia-nos
(confronta-nos) com as operações populistas do poder e usa apenas lupas e
selos.
Lupas para nos lembrar que a
política se faz de mediatismo, da meticulosa exploração de uma infinidade de
lugares comuns e meias verdades perigosas que, devidamente compostos e
ampliados, se tornam em razões de estado.
Selos para afirmar a sua paixão
pela posteridade e pela lembrança, não do que fizeram, mas da forma como se
apresentaram.
Afinal de contas, a tradicional
subserviência do conteúdo sob a forma.
O primeiro exemplar desta
passadeira de vaidades (e único original) é o selo comemorativo dos quarenta
anos de Adolf Hitler, devidamente ampliado por uma lupa armada sobre um tripé.
Depois alinham-se as criações do
artista, revelando as personalidades de uma atualidade que preenche a
informação no século vinte e um.
Não há povo nos selos, apenas
culto de personalidade.
Despidas da lupa, todas estas
personagens se revelam insignificantes.
Até um pouco repugnantes.
Em nenhuma fase deste percurso
pela política contemporânea, perscrutei quaisquer sinais de procura de
felicidade humana
Muito visual e educativa.
E o título também.
Foi pena eu e a visita
acompanhada, termos sido os únicos visitantes da tarde.
Sem comentários:
Enviar um comentário